terça-feira, 29 de abril de 2014

Mais pesado que o céu - Uma biografia de Kurt Cobain - Charles Cross


Ainda lembro de meu primeiro contato com Kurt Cobain...
Porto Velho, 05 de novembro de 1999, no dia do meu aniversário, meu primeiro cd de rock n roll, um presente belíssimo ofertado a mim por meu pai. No encarte estava escrito: Muito amor, refrigerantes e rock n roll, pois eu ainda nem sabia o que era drogas e sexo, e estava ali diante de um artista que seria para mim uma espécie de... nem sei explicar o que... conexão talvez.
Sei que aqueles olhos azuis vieram até mim de maneira muito tardia, afinal o meu grunge deixou esse mundo em 1994, quando eu tinha apenas 08 anos, incrivelmente encontrado sem vida no dia 08... Coincidência? Talvez, mas foi a primeira forma de conexão.
Meu segundo toque com Kurt foi em 2001, quando um amigo de colégio insistia em me chamar de Nirvana e delirava na história de que meu pai era fã incondicional da banda e por isso me deu esse nome, bem que eu queria ter uma história rock pra contar a cerca de meu nome, por isso nunca me importei de ser chamada assim, se talvez eu fosse alcunhada de Guns me importaria. Segunda conexão.
Na faculdade, o loiro e eu nos esbarraríamos mais uma vez, quando fiquei mais de meses sem falar com um amigo quando ele disse que todos que ouviam Nirvana ou são ou serão drogados. Nunca tinha ouvido algo tão pejorativo, ainda mais se referindo a alguém que eu tanto gostava, ainda gosto, e não é só empatia. Alias, Kurdt odiava ser visto apenas como um rockeiro drogado, ele era mais do que isso e eu entendia mesmo quando ainda não tinha lido a biografia. Mr. Cobain era um complexo que ansiava pela coisa mais simples: o amor, e desejava se livrar de algo que tanto atormenta os sensíveis como eu: a dor.
No caso de Kurt, a dor de nunca achar que um dia foi amado, apesar de o ter sido por milhões. Quanto a mim, a dor de um dia ter amado e ter perdido. 
Conexões...
Cerebrais...
Emocionais...
Que me levaram a um choro quase convulsivo no final do livro.
Pois antes de qualquer coisa, Kurt Cobain sempre falou comigo de alma pra alma.
E isso poucos podem compreender, assim como meu amigo de colegial.
E talvez por ele, e muito por mim, recuperarei o que me foi perdido e um dia talvez escreva uma canção, nunca será divino como Lithium, pois jamais pode se chegar a triscar os sentimentos de alguém como Cobain, mas será o meu presente pra ele, que de tão mais pesado que o céu um dia desceu a terra pra viver entre nós, só que como todo anjo loiro de olhos azuis precisou voltar mas, eternamente estará aqui, em meu heart shaped box.

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