Uma comédia romântica com ares de
dramaticidade, nem tão comédia e nem tão romântica assim. Assim como a vida, o
filme do diretor David O. Russel, baseado no romance de Matthew Quick, é uma
comédia meio sarcástica, pontuada de dramas familiares, problemas psicológicos,
mais próximo do emocional do que do romance.
De uma intensidade quase que
perversa, é impossível ficar imune ao toque do lado bom da vida. A complexidade da história e de seus personagens
é exatamente o reflexo da vida, sendo missão impossível não sair reflexivo da
sessão de cinema, que chega a ser próximo a uma sessão de terapia.
A dor de perder quem se ama
atinge o ser humano nos mais diversos níveis, que reagem de formas
completamente diferentes, há aquele que fecha-se para a vida, bloqueando todos
os sentimentos que porventura possam acontecer, com medo de abrir-se e
decepcionar-se de novo ou na esperança de que o amor retorne, há também aquele
que abre-se para vários amores porém, todos de forma superficial e passageira
na busca de esquecer um pouco o amor há um tempo perdido, são dores
extravasadas de formas diferentes, nem uma é maior do que a outra, as duas são
iguais, as duas são dores.
A sensibilidade do filme é de um
toque tão leve, porém, o seu mais suave pressionar causa um aperto tão grande
no peito que, se a história pressionasse o telespectador mais tempo, o mesmo
era capaz de sair com seu coração em pedaços.
Porém o filme, assim como a vida,
não pode ser apenas lágrimas, pois assim não resistiria o mais forte leitor. E
assim como duas almas doloridas podem encontrar-se e fundir-se em um só,
transformando toda a dor em amor, a saída do cinema de quem tem o coração
partido reacende de esperança, e a saída de quem ainda tem alguém ao seu lado
reacende de amor.
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