segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

O lado bom da vida




Uma comédia romântica com ares de dramaticidade, nem tão comédia e nem tão romântica assim. Assim como a vida, o filme do diretor David O. Russel, baseado no romance de Matthew Quick, é uma comédia meio sarcástica, pontuada de dramas familiares, problemas psicológicos, mais próximo do emocional do que do romance.
De uma intensidade quase que perversa, é impossível ficar imune ao toque do lado bom da vida. A complexidade da história e de seus personagens é exatamente o reflexo da vida, sendo missão impossível não sair reflexivo da sessão de cinema, que chega a ser próximo a uma sessão de terapia.
A dor de perder quem se ama atinge o ser humano nos mais diversos níveis, que reagem de formas completamente diferentes, há aquele que fecha-se para a vida, bloqueando todos os sentimentos que porventura possam acontecer, com medo de abrir-se e decepcionar-se de novo ou na esperança de que o amor retorne, há também aquele que abre-se para vários amores porém, todos de forma superficial e passageira na busca de esquecer um pouco o amor há um tempo perdido, são dores extravasadas de formas diferentes, nem uma é maior do que a outra, as duas são iguais, as duas são dores.
A sensibilidade do filme é de um toque tão leve, porém, o seu mais suave pressionar causa um aperto tão grande no peito que, se a história pressionasse o telespectador mais tempo, o mesmo era capaz de sair com seu coração em pedaços.
Porém o filme, assim como a vida, não pode ser apenas lágrimas, pois assim não resistiria o mais forte leitor. E assim como duas almas doloridas podem encontrar-se e fundir-se em um só, transformando toda a dor em amor, a saída do cinema de quem tem o coração partido reacende de esperança, e a saída de quem ainda tem alguém ao seu lado reacende de amor.


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